artecontemporânea, exposição em são paulo

"Sentido Paisagem faz pensar no porquê de pintar paisagens.

Você pode se deparar com as pinturas desta série e fazer uma leitura sobre resiliência e sobre a questão urbano/natureza. Mas  é possível fazer outras leituras também. Essas paisagens que eu apresentei nesta série têm, para mim,  a potência de traduzir  minha relação  com o mundo porque carregam em si uma dualidade intrínseca: a da contemplação e ao mesmo tempo a da interação. Eu estou na paisagem, e eu contemplo a paisagem. A paisagem se coloca como  metáfora da própria existência enquanto negociação de simultaneidades, do existir em dimensões diferentes. Assim como a poética da pintura que se realiza no binômio fazer/contemplar, num ciclo contínuo de ação e reflexão.

Especificamente, nesses trabalhos de Repavimentação, eu me coloco explorando formalmente dualidades dos meus entornos. Tanto nos planos em que se colocam os elementos  ( vistos de cima e também vistos de frente) como nas cores que distinguem  os planos em diálogo.As camadas são ao mesmo tempo sobrepostas e entrecruzadas evocando essa ideia de simultaneidade de forças em interação. Quem veio antes ou quem virá a ser? Que tempo-espaço ocupa cada camada? Tratam-se de camadas ou dimensões existenciais simultâneas evocadas: real, racional, utópico, imaginário?"